(Suposta) Decepção com o exército [Texto fictício]

🚨 ⟨ AVISO: Este é um texto de autoria desconhecida e sem qualquer alinhamento com a realidade. Definitivamente eu NÃO SOU um recruta que ano passado decidiu servir através do alistamento militar obrigatório esperando um serviço sério e estruturado, e que, porventura, teria se deparado com situações questionáveis. Este texto não descreve de maneira alguma acontecimentos da realidade e com certeza, juro por Deus, não retrata a realidade de nenhum quartel. Nada daqui é real e com certeza todos os eventos narrados são meramente fictícios. Este texto se trata de um conteúdo provavelmente humorístico. O proprietário deste perfil desconhece sua autoria e o publicou para fins de entretenimento e reflexão, sem qualquer intenção de relatar eventos verídicos ou fazer qualquer tipo de crítica à instituição militar. Todas as situações descritas são puramente fictícias, criadas unicamente para ilustrar um cenário hipotético e não devem ser interpretadas como relatos reais.

Qualquer interpretação que sugira semelhança com a realidade será fruto de mera coincidência ou da imaginação do leitor. O objetivo deste texto é apenas promover uma narrativa hipotética, sem qualquer compromisso com a verdade dos fatos, e não deve ser considerado como um relato oficial, denúncia ou declaração sobre qualquer organização real.

Dito isso, o leitor deve encarar este conteúdo como uma peça de ficção, sem valor documental ou probatório.

Além disso, reforço que este texto não tem qualquer intenção de difamar, caluniar ou injuriar qualquer pessoa, grupo ou instituição. Trata-se de uma obra puramente especulativa, baseada em elementos fictícios e exagerados, com o único propósito de entreter e estimular reflexões hipotéticas sobre o tema abordado.

Dessa forma, qualquer tentativa de associar este conteúdo a eventos ou indivíduos reais será completamente infundada e contrária à sua proposta original. O proprietário deste perfil não endossa, confirma ou assume qualquer responsabilidade pelo conteúdo publicado, sendo este um exercício narrativo sem qualquer valor jurídico ou factual. ⟩


Como já falei em outros posts, eu estava na fase de me alistar, posteriormente conscrição, semana zero e agora enfim estou a dois dias de começar como recruta no ******** ******** batalhão ** *********. E eu venho aqui dizer uma série de coisas que me frustraram demais. O texto provavelmente deve ter ficado longo justamente porquê não dá pra resumir isso e também não é nada que dê pra resumir.

Eu não tenho problemas com hierarquia. Não tenho problemas em seguir ordens. Eu já sabia como era o processo pois conheço militares mais antigos que me informaram a vida inteira como era o processo. Então essa parte está tudo ok. Meu problema não é em relação a este âmbito e nem a questão da remuneração (visto que eu não sou uma pessoa que mais de boa. Não gasto muito e só quero ajudar minha família). Aparentemente, tudo poderia se encerrar aqui, não é mesmo? A experiência de viver o exército por um ano, eu tankando ou não, poderia ser como a de qualquer outro que já passou pelas forças armadas seja positiva ou negativa. Mas não é assim.

Tendo dito tudo o que eu já estava ciente eu venho aqui expressar minha indignação em todo este período que me faz ver como a experiência de ser um militar não é mais dura, chata ou cansativa, mas agora segue uma linhagem completamente sem sentido e bizarra na maioria das vezes.

O primeiro ponto que eu queria destacar são os superiores. Superior mau caráter, estressado, etc todo mundo já conhece. É normal. Todo mundo que entra neste universo sabe que o jogo é encontrar os seus e fazer laços como eles de várias formas para que te protejam. Inclusive, isso já está em andamento da parte do meu pelotão. O problema é que os superiores já não são mais apenas os chefes que cobram e descem o sarrafo, e sim uma rapaziada altamente cringe.

Pra começar, muitos deles fazem um esforço do caralho pra tentar colocar medo na gente. O problema é que isso, além de ser super perceptível (literalmente os caras passam horas tagarelando para se reafirmar como eles são fodas e nós somos uns lixos. É um campeonato de auto afirmação sem tamanho), chega a ser vergonhoso pra todo mundo.

Pra quem não sabe, o exército tem uma norma chamada de "estresse controlado", onde os recrutas passam por situações difíceis, vexatórias, estressantes e afins justamente com um fim de lapidar o psicológico deles. É um princípio global que todos os superiores independentemente de suas personalidades devem adotar durante a formação dos recrutas. O ambiente deve ser o mais desconfortável possível e os recrutas devem lidar com isso, por esse motivo os recrutas acabam sofrendo punições mais severas que os soldados.

O problema aqui tá não nas situações de estresse controlado, e sim nos superiores que ficaram encarregados de fazer isso.

Pra começo de conversa, a maioria deles não sabe ser 'durão' e passam uma vibe muito teen em tudo o que fazem. Durante a semana zero um deles disse a um colega exatamente isso aqui dessa forma:

"Tá vendo o tamanho daquele prédio ali? Aquele ali. É grande né? BEEEEEM grande né? É o tamanho do meu... FODA-SE! Viu? É o tamanho do meu FODA-SE pra você"

Tem o que falar aqui? Foi simplesmente a coisa mais cringe do mundo. O contexto foi porquê este superior perguntou a ele se estava passando mal e ele só respondeu que o braço tava ficando dormente (porquê o GÊNIO deixou todo mundo segurando mochila por duas horas inteiras na ordem unida sem necessidade. Não atoa recebi a notícia do meu peixada que eles tomaram um esporro por causa disso).

Todas as vezes que esses caras abrem a boca pra falar é sempre a coisa mais vergonhosa e caricata que tem. Pra ilustrar o clima de bosta que fica depois, assistam o vídeo do stand up do metaforando e depois tentam ampliar o sentimento de vergonha alheia vezes mil. É literalmente nisso que consiste o diálogo com os superiores. Eles fazem um esforço fudido pra colocar medo na gente e acabam falando pra caralho e enrolando mais do que deveriam pra passar uma informação. No fim, fica aquele clima de bosta e todo mundo só segue o roteiro. Só teve uma vez que um deles disse algo que deve ser levado a sério de verdade, só que eu já não posso falar aqui sem que dê uma merda imensa.

Outro ponto que é válido destacar é a mentalidade preguiçosa dessa rapaziada. Várias vezes na hora de uma instrução, especificamente quando era apenas um corpo de 4-7 cabos e uns 2 sargentos, várias vezes eles usaram a "lógica" do "óbvio" e do "todomundosabismo". "Todo mundo sabe como é a posição de sentido", "é óbvio que um cabo novato tem que prestar continência pros antigos". Aí depois, nós, os filhos da puta dos recrutas, não sabemos agir ao falar com um coronel e quem se fode?

Essa tá sendo a questão que mais está me irritando, inclusive. Não tivemos NENHUMA instrução de ética militar mas o inteligentão nem se preocupa porquê é ÓBVIO como agir ao entrar e sair de uma sala, ao passar pelo comandante, etc. Nem preciso falar que tudo naquela merda é desorganizado. Vários processos durante a conscrição foram sendo adiantados pro dia seguinte (posso citar aqui a questão da criação da conta bancária. Eles adiaram isso e fizeram a gente ficar indo lá todo santo dia pra resolver essa merda umas cinco vezes até todo mundo ter conseguido fazer porquê sempre dava um erro no sistema), vários constrangimentos em momentos aleatórios porquê a gente foi falar com algum superior e não soubemos como (inclusive, os superiores que realmente eram superiores, e não uns filhas da puta que se escondem atrás do que tá dizendo na constituição, até respondiam com arrogância, mas sabiam que a gente não foi instruído e não levavam pro pessoal nem nada e seguiam com o diálogo tranquilo. Já os caras que são MUITO FODAS tankavam nothing tamanho desparate), várias vezes que colocaram a gente pra fazer alguma coisa mas que não conseguíamos por causa da própria falta de organização deles (como quando um colega precisou colocar as roupas no armário, a porta não abriu porquê estava muito velha, amassada, enferrujada e emperrada e a porra do superior deu um puxão tão forte que porta simplesmente não fechou mais e o cara ainda tomou esporro) e o "sanha" causado justamente porquê certas coisas sumiram DO NADA.

Aí vocês pensam: tá, mas aí cê tá querendo lubrificar a garganta né meu amigo? Quer que passe perfume tbm n?

Até seria válido pontuar dessa forma, já que o mínimo que um recruta deve saber é agilizar suas próprias coisas de forma rápida. Mas esse nao é o ponto. Não se trata de coisas que alguns de nós perdemos. E sim de coisas que sumiram quando não estávamos lá ou que simplesmente não recebemos (com as meias do uniforme, por exemplo). Quando isso acontece fica estampado que a irresponsabilidade não foi nossa e mesmo assim a gente toma FO negativo. Vocês entendem a diferença aqui entre uma situação de ansiedade e uma pontuação negativa? Os caras estão punindo a gente pelos erros deles. Ontem mesmo foi a incorporação e muita gente usou coturno sem meia voltando pra casa com o pé todo fudido porquê apesar de geral estar há mais de três semanas pedindo, eles não entregaram as meias. E quando os colegas dizem "não tenho, senhor. Já pedi", a resposta dos caras é um "ah é? AHAHAHHAHAHAHAHA".

Como eu falei das meias, seria conveniente falar também do tamanho do coturno. VÁRIOS PARES COM TAMANHO ERRADO. MUITA GENTE SE FUDEU NA HORA DE COLOCAR O UNIFORME POR CAUSA DESSA MERDA E AINDA TOMOU PONTUAÇÃO NEGATIVA

Meu irmão, o trabalho dos superiores é condicionar os recrutas. E justamente por isso tem hora e tem limites para torrar o juízo deles e pode ter certeza que a situação acima não se encaixa nisso. O resultado nada mais é que uma perda de tempo desnecessária e os desgraçados ainda estão dando pontuação negativa. Se fossem apenas ou gritos, os esporros, as batidas nos armários e afins estaria completamente condizente com a forma que os militares devem agir na formação, só que isso já é uma deturpação total. Estamos pagando por causa dos erros desses imbecis (e isso fica bastante óbvio quando algum superior sério e de respeito está junto deles. Ele reconhece que o erro não é nosso e que "demos o gás". Ou seja: até os colegas desses aloprados sabem que eles estão errados e isso é evidente).

Agora peço que os senhores direcionem suas atenções para um outro ponto bastante importante: O alistamento. Não é nem um pouco raro você encontrar por aí pessoas falando do quão mal feito o processo de alistamento é do início ao fim. Com testes oftalmológicos vagabundos e um TAF de mentira. E foi basicamente isso. Mas a questão é: em ambos os casos perguntaram quem não aguenta correr muito e quem não consegue fucar sem óculos. Beleza? Beleza. Aí separaram os candidatos que apresentaram determinada inaptidão nesses casos mas queriam servir. Pegaram os nomes deles e por aí vai. Até aí tudo bem. Falaram que teria espaço no quartel para quem tem problemas oculares e meteram um discurso sobre "ser militar não é apenas correr". E adivinha? Serviu pra merda nenhuma.

Eu não vou pontuar tanto isso aqui porquê o terceiro-sargento que fez isso é um homem bastante honrado que leva o trabalho a sério e com certeza não esperava que isso fosse simplesmente esquecido. Ele mesmo disse que entregou os nomes aos sargentos e cabos. Mas olha só, quem diria que meses depois os caras estariam simplesmente cagando para isso, né? Quem deixou escancarado que não tem o costume de correr já tomou FO negativo porquê não conseguiu correr quando pediram (e olha que eu não tô falando de TFM, eu tô falando de correr pra levar um recado). Quem não consegue enxergar já se fudeu porquê os arrombados dos superiores organizaram os armários em um lugar onde o interior fica bem escuro e eles tiveram que se trocar ali mesmo. Um colega explicou a situação e simplesmente tacaram o foda-se e mandaram ele abaixar e levantar no 1 2 várias vezes e deram FO negativo, como já era de se esperar.

Creio que poderia desenvolver mais casos para ilustrar o quão embaraçosa e sem sentido é essa situação toda, mas acho que já ficou claro o suficiente. Eu conheci militares a minha vida inteira, já me disseram como os quartéis funcionam, como é a vida de recruta e soldado. Eu já entrei esperando esporro e, principalmente, passar fome, sede, e etc nas missões futuras. Só que isso que tá acontecendo aqui não tem nada haver com as histórias que contaram. Nem o sargento mais negligente e degenerado que já ouvi falar agia dessa maneira. Tem muitos militares gente fina nesse quartel. Muitos deles inclusive pegam no nosso pé e fazem a gente ficar com a cabeça latejando. Mas a diferença deles para estes outros que cuidam da minha companhia é muito gritante. Esses esperam os outros saírem para fazer o que bEm EntEndEm conosco. Falar o que querem e fazer todo o circo deles. Isso virou uma baixaria generalizada antes mesmo do internato. Não estamos encarando desafios "barra pesada", estamos encarando uma instituição completamente corrompida cheia de abobados.

Definitivamente esses superiores citados não tem nada haver com os exemplos de militares que tive, dos quais sofreram mas mãos de Belzebu em suas épocas de recruta e já chegaram a tomar tapa de superiores quando ainda era permitido. Mas nem nas histórias e nem neles mesmos eu vi coisas deste tipo. A motivação tanto minha como de vários já caiu pra zero antes mesmo do internato começar justamente porquê esta estrutura não transmite confiança, disciplina, integridade e muito menos patriotismo ou qualquer outro valor que o exército brasileiro visa preservar.

Os poucos que prestam ali tem pouco contato com a gente e provavelmente serão raras as vezes que os veremos este ano. Eu confesso que agora não sinto mais aquela ansiedade natural que todos sentem antes do internato. Agora o que eu sinto não é nada além de medo. Não medo de fazer alguma coisa errada, e sim medo dos instrutores fazerem alguma coisa errada. Tudo indica que esse ano será um inferno e que a única forma de conseguir algum futuro ali é estudando a personalidade destes instrutores e focar completamente em como agradar eles (o que não deve ser muito difícil, já que só pela personalidade deles fica óbvio que se tratam de homens depressivos, inseguros e com uma necessidade absurda de auto afirmação)

Isso é uma pena e, no geral, um uma decepção completa. O exército perdeu completamente sua honra.

E pra finalizar, podemos pontuar aqui que vários superiores falam abertamente sem um pingo de disfarce que aceitam suborno (é). Eu não vou especificar essa situação aqui pelo mesmo motivo que não especifiquei a outra acima. Mas é outra coisa que me broxou totalmente. Ou seja, os superiores não são apenas grandes babacas. São imorais também. Definitivamente não quero ser associado ou ser parecido com esses caras em nada um dia.

No mais é isso. Só posso torcer para que esse ano passe rápido e eu saiba o que fazer com a minha vida e não fique mais moscando após passar por este inferno ao final dele. Se antes da total impossibilidade de desligamento eu soubesse que a estrutura do batalhão em que estou é dessa maneira eu jamais teria entrado ali. Teria seguido com os estudos para a PM e tirado a carteira.

Reitero que o texto poderia ficar ainda maior, mas creio já ter ilustrado demais a situação. Se vocês conhecem alguém que começou a servir este ano neste quartel, saibam que essas são as pessoas que ficaram responsáveis por formar este seu conhecido. Ore, reze, peça bastante para que Deus o proteja (outra questão que seria interessante destacar aqui, inclusive. O desprezo pela religião), pois ele está em um ninho de cobras que parecem ter esquecido de suas funções.