Existem mais HOMENS BORDERLINE e MULHERES AUTISTAS do que a gente imagina.
O-I: Vivemos numa sociedade que acha que homens são racionais e mulheres são emocionais, mas será que isso não tá atrapalhando a forma como entendemos alguns transtornos?
Por muito tempo, disseram que o autismo é “coisa de menino” e que o transtorno de personalidade borderline é “coisa de mulher”. Só que essa visão esquece como somos criados. Homens crescem ouvindo que não podem demonstrar fraqueza, enquanto as mulheres aprendem que têm que ser agradáveis e esconder problemas. E é aí que tudo se complica. Mulheres autistas, por exemplo, acabam mascarando seus sintomas. Elas imitam comportamentos sociais, tentam se encaixar e passam despercebidas porque aprenderam desde cedo que “devem se portar bem”. Só que isso tem um preço: ansiedade, depressão e esgotamento emocional por viver fingindo que tá tudo certo.
Já os homens borderline são um caso à parte, porque eles não se encaixam na ideia de “homem que pensa com a razão”. O sofrimento deles aparece de formas que as pessoas nem sempre ligam ao transtorno. Eles têm mais chances de usar drogas, exagerar no álcool ou buscar relações impulsivas como forma de lidar com suas emoções descontroladas. Só que, em vez de enxergarem isso como um transtorno, muita gente acha que eles estão “só fazendo besteira”. Isso atrasa o diagnóstico e piora o quadro.
No fim, esses estereótipos de gênero acabam escondendo o problema debaixo do tapete. Tem muito mais mulheres autistas e homens borderline por aí do que imaginamos, mas eles não estão recebendo a atenção que merecem. Talvez seja hora de pararmos de olhar para a saúde mental com essa lente de “homens são assim” e “mulheres são assado” e começarmos a ver as pessoas pelo que elas realmente estão passando.