Devo contar do meu passado para meu ficante?
Essa história tem muita coisa errada, e eu me arrependo amargamente de tudo o que aconteceu! Trabalhamos na mesma empresa (eu sou aprendiz no laboratório, e ele na manutenção). Eu já estava lá havia uns 8 meses quando ele me notou, no dia em que dividi o guarda-chuva com ele. Ele foi se aproximando de mim através de outro jovem aprendiz. Como ele também conversava muito com o rapaz, eu não desconfiei de nada, mas aí começou a dar em cima de mim.
Quando fiquei com ele, eu tinha 19 anos (tenho 20 agora) e ele 40. Foram 3 meses de insistência dele até que eu cedi, e não só nisso, mas em muita coisa. Ele me tratava como se eu fosse uma pessoa promíscua, chegando a insinuar que eu era prostituta. Antes de conhecê-lo, eu era virgem. Ele dizia que eu ficava com outras pessoas da empresa ou de outros lugares, que estava me envolvendo com meu supervisor só porque ficávamos em uma sala fechada — para ele, isso era "inconcebível". Também acusava-me de ficar com o outro aprendiz, sendo que o rapaz era noivo e cristão, alguém que ele nunca chegaria aos pés.
Sofri muito nessa história. Fiquei com ele por 7 meses. Não era namoro, era tudo escondido. No final das contas, eu era amante dele.
A história que ele me contou era que estava se separando da esposa e que tinha 3 filhos. Depois de meses, descobri que era tudo mentira e que eles continuavam juntos. Para piorar, ele sempre traiu a esposa, ou seja, o que ele estava tendo comigo não era novidade alguma. Eu sei que havia todas as bandeiras vermelhas, e mesmo assim continuei. Nunca fui de sair muito de casa, e ele me proporcionou isso. Eu estava carente e cedi a tudo isso.
Eu terminei com ele porque não queria problemas, mas descobri que tinha criado uma dependência emocional e acabei pedindo para voltar. Escrevi um textão sobre tudo o que passamos nesse tempo. Uma idiota, mesmo. Hoje, paro e penso: o que passou pela minha cabeça? Eu me humilhei em tantos níveis nesse "relacionamento".
Depois de reatar, não duramos muito tempo, talvez duas ou três semanas. Fui eu mesma quem terminou, porque nada tinha mudado. Contei para várias pessoas do meu ciclo, o que me deu força para acabar de vez. Antes disso, ainda aprontei: fiquei com ele uma última vez, fingindo que estávamos bem depois de uma briga, e, no final do dia, liguei para dizer que não queria mais. Ele falou que eu o usei. Hilário.
Eu sabia que ele não ia deixar por isso, e, duas semanas depois, a mulher dele apareceu na empresa para buscá-lo. Ele tinha espalhado que eles não estavam juntos, mas a "querida" veio para tentar reatar. Tudo mentira: eles sempre estiveram juntos.
Sinto raiva dele. Fico pensando nos "e se" — e se eu não tivesse dividido o guarda-chuva? E se eu tivesse percebido quem ele era antes? É um misto de raiva, mágoa e tristeza por ter me entregado a ele de tantas formas e, no fim, descobrir que era um monstro.
Ainda trabalho na mesma empresa que ele, mas mal nos vemos. Acho que ele tem raiva da minha cara e, por isso, evita circular por onde estou. Depois da folga de fim de ano, fiquei muito triste no trabalho, relembrando tudo o que deixei ele fazer comigo. Achei que já estava bem, mas não. Acho que nem senti o "término" de verdade, porque levei tudo numa boa.
No mesmo dia em que parei de ficar com ele, conheci um rapaz de 21 anos. Faz dois meses isso. Ele me trata muito bem, e nesses poucos meses que estamos juntos, já fez mais por mim do que o "velho". Agora, estou com uma dúvida: se for para termos um relacionamento, eu gostaria de ser sincera e contar o que aconteceu. O que vocês acham?